O Brasil muda, o Itamaraty permanece.


Vivemos tempos de tensão entre o global e o local. Em meio a tantas transformações, o papel do Estado é, muitas vezes, contestado. Apesar disso, é difícil imaginar um cenário em que esse não seja um ator relevante nas relações internacionais. Ao lado do Estado, com o objetivo de representá-lo no exterior, está o diplomata.

Neste século, é necessário muito trabalho para promover a cooperação entre as nações. A história do Brasil, país que sempre buscou a paz e trabalhou por ela em nível sistêmico, habilita o país a reivindicar papel ativo na construção de um mundo mais próspero, estável e justo. Assim, o Itamaraty, pela capacitação dos seus quadros e pelo respeito mostrado por seus pares através dos tempos, tem importante contribuição a dar ao ordenamento futuro das relações internacionais. Essa atuação é essencial em uma conjuntura na qual os temas internacionais interessam a um número cada vez maior de representantes da sociedade. Hoje, sucedem-se reuniões de Chefes de Estado e de Governo; congressos de parlamentares; encontros empresariais; seminários técnicos; conferências de organizações não governamentais; dentre outros exemplos que demandam um corpo diplomático amplo e competente.

Todos os diplomatas têm que ser aprovados no Concurso de Admissão (CACD). O treinamento durante a carreira é intenso e contínuo, começando com um período de formação no Instituto Rio Branco (IRBR). O diplomata precisa desenvolver habilidades tais quais:

  1. Coletar as informações necessárias à formulação de nossa política externa;
  2. Participar de reuniões internacionais e, nelas, negociar em nome do Brasil;
  3. Assistir as missões no exterior de setores do governo e da sociedade;
  4. Proteger os interesses de seus compatriotas;
  5. Promover a cultura e os valores do nosso povo.

Aprovado no Concurso de Admissão à Carreira Diplomática, o qual tem por tradição a sua ocorrência anual, o diplomata inicia a sua trajetória na instituição como Terceiro-Secretário. Os cargos seguintes são:

  • Segundo-Secretário
  • Primeiro-Secretário
  • Conselheiro
  • Ministro de Segunda Classe
  • Ministro de Primeira Classe (Embaixador)

Uma vez aprovado no concurso público, o diplomata pode se especializar em uma série de temas, os quais vão desde paz e segurança, normas de comércio, relações econômicas e financeiras até direitos humanos, meio ambiente, tráfico ilícito de drogas, fluxos migratórios, passando, naturalmente, por tudo que diga respeito ao fortalecimento dos laços de amizade e cooperação do Brasil com os seus múltiplos parceiros.

Alguns diplomatas entraram para a história do Ministério das Relações Exteriores, sendo reconhecidos pelo país. Três deles merecem destaque pelas contribuições para a consolidação do nosso território: Alexandre de Gusmão, Duarte da Ponte Ribeiro e José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco.

Pela sua atuação na virada do século XIX para o século XX, Rio Branco tornou-se o patrono da diplomacia brasileira e a sua história inspira os diplomatas atuais. Não por acaso, o dia do diplomata é comemorado a 20 de abril, data do nascimento do barão.